1. |
Mulher do Norte
03:23
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Sou uma mulher do norte
Gosto de ir à Afurada
Comprar a minha dourada
Também a minha sardinha
Quando chego a casa
Ainda de manhãzinha
O sol na minha cozinha
Dois beijos na minha cara
Ao som duma guitarra
Cantando com alma
Em frente ao fogão
Logo fico inspirada
Com o caldo verde
Alegro o meu coração
Abro as portas da rua
Deixo o sol entrar
Abro as portas da rua
Pra minha gente entrar
Peço pra que se sentem
E a minha comida provar
Espero que bem lhes assente
Vou de seguida um fado cantar
Sou uma mulher do norte
Forte e verdadeira
E pela vida inteira
Amante da liberdade
No amor e na amizade
Fiel e companheira
E pela vida inteira
Trago no peito saudade
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2. |
Poema
03:29
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Poema é noite cheia de amargura
Poema é a luz que brilha lá no céu
Poema é ter saudade de alguém
Que a gente quer e que não vem
Poema é um cantar de um passarinho
Que vive ao léu, perdeu seu ninho
É a esperança de um encontrar
Poema é a solidão da madrugada
Um ébrio triste na calçada
Querendo a lua namorar
Poema é um cantar de um passarinho
Que vive ao léu, perdeu seu ninho
É a esperança de um encontrar
Poema é a solidão da madrugada
Um ébrio triste na calçada
Querendo a lua namorar
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3. |
Amar
04:10
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Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais este e aquele, o outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida
É preciso cantá-la assim florida
Pois se deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada
Que me saiba perder... Pra me encontrar...
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4. |
Fado Florido
02:29
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Fado florido
Na verde paisagem
No mar um navio
Coração em viagem
Fado sentido
Como oração
Valente destino
Do meu coração
Fui ver o mar...
Fui ouvir o mar...
Canção e poema
Que a onda nos traz
Abrindo-se em letras
O livro da paz
Ai que selvagem
O canto do rio
Ao ver na miragem
Um mar tão bravio
Fui ver o mar...
Fui ouvir o mar...
Coberto de estrelas
Os olhos do céu
Murmuram entre elas
Amor que viveu
Fado sentido
Como oração
Valente destino
Do meu coração
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5. |
Mãos de Luar
04:03
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Solidão, solidão
Pranto de azul ao luar
Solto saudade ao vento
Em forma de poema e lamento
Minha voz, minha voz
Timbre das águas ao luar
Rios, notas e máres
Formam-se rimas suaves
Como ondas, ondas
Minha mãe, minha mãe
Doce abraço ao luar
Ventre de água tão pura
Eterna fonte de ternura
Tão bela, bela
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6. |
Filha das Ervas
02:16
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Trago alecrim, trago saramago
Cheira mais jasmim
O resto que trago
Trago umas mezinhas
Para o coração
Foi tantas ervinhas
Que apanhei no chão!
Sou filha das ervas
Nelas me criei
Comendo-as azedas
Todas que encontrei
Atrás das formigas
Horas que passei
Sou filha das ervas
E pouco mais sei!
Rosa desfolhada
Quem te desfolhou?
Foi a madrugada
Que por mim passou
Foi a madrugada
Que passou vaidosa
Deixou desfolhada
A bonita rosa!
Ramos de salgueiro
Terra abrindo em flor
Amor verdadeiro
É o meu amor
Papoila que grita
No trigo doirado
Menina bonita
Rainha do prado!
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7. |
Amantes
04:39
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Abri meu coração ao tempo
Para colher as palavras que me deste
Escrevi um verso com elas
Revivi num só instante
Doce momento
Eramos amantes
Livres na madrugada
Porque partiste tão breve?
Ah, como fui tua
Ah, tua
Recordo gestos que eram teus
Presentes na longa noite nua
O nosso abrigo era o céu
A luz descia das estrelas
Não importa em que distância
Nosso beijo se perdeu
Agora que estás perto
Serás meu?
Ah, como fui tua
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8. |
A Tua Ausência
04:56
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Era ainda uma criança
Quando na distâcia chamei por ti
Tão breve fui de ti separada
Senti-me abandonada, eu nunca te conheci
Solitária tão crescendo
Num vazio que não posso explicar
Sempre ansiosa por um sinal teu
Preciso saber quem és
Para eu saber quem sou
Ah, quem me dera
Fosse esta a primavera
Que nos viesse alegrar (juntar)
Ah, volta agora
E trás contigo uma história
Pra que eu a possa escutar
Vejo em ti reflexos meus
Na fotografia ofuscada
Que em prata ainda emoldurada
Ilude o meu coracao
Eu nunca te conheci
Suspiros de saudade
Numa profunda ausência magoada
No outono és o meu fado
No inverno um sol dourado
Mil toques e refrões
Ah, quem me dera
Fosse esta a primavera
Que nos viesse alegrar
Ah, volta agora
E trás contigo uma história
Pra que eu a possa escutar
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9. |
Soberano Destino
05:35
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Linda cigana
Não queiras fugir
Destino que é teu
Não vais conseguir
Liberta-te nua ao luar do céu
Na voz das estrelas
O canto é teu
Lágrimas no vento
São doces de mel
Onde tu te encontras
Com sede cruel
Sou eu a tua água, teu rio, teu ar
A estrela que guia o teu navegar
Não sejas cruel soberano destino
Preciso seguir o meu caminho
Medo de sonhar no peito que é seu
E me deslumbrar com falso romeu
Ó povo cigano acende esse fogo
Revela-me as cores que se prendem no ouro
Nos cantos do mar sou eu a sereia
Que vais encontrar perdida na areia
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10. |
Havemos de ir a Viana
03:00
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Entre sombras misteriosas
Em rompendo ao longe estrelas
Trocaremos nossas rosas
Para depois esquecê-las
Se o meu sangue não me engana
Como engana a fantasia
Havemos de ir a Viana
Ó meu amor de algum dia
Ó meu amor de algum dia
Havemos de ir a Viana
Se o meu sangue não me engana
Havemos de ir a Viana
Partamos de flor ao peito
Que o amor é como o vento
Quem pára perde-lhe o jeito
E morre a todo o momento
Se o meu sangue não me engana
Como engana a fantasia
Havemos de ir a Viana
Ó meu amor de algum dia
Ó meu amor de algum dia
Havemos de ir a Viana
Se o meu sangue não me engana
Havemos de ir a Viana
Ciganos verdes ciganos
Deixai-me com esta crença
Os pecados têm vinte anos
Os remorsos têm oitenta
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11. |
Promessa
04:25
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Dá-me a tua mão
E vamos unir
Palmas de paixão
Que nos fazem sentir
Na alma um calor
Unido de verão
E juntos compomos
A nossa canção
Não vez que sem ti
Sou o pássaro que não voa
A canção que não se liberta
O verso que não perdoa
Agora sou tua até ao final
Prometo sou tua
Agora sou tua, amor desigual
Vamos para a rua, quero celebrar
Esta paz que é tua e me faz sonhar
Não vez que eu sem ti
Vagueio à toa
Aguardo um sinal
Para que a vida não doa
Minha rendição
Abraca-te a mim
Vamos juntos viver
Este amor sem fim
Não vez que sem ti
Sou o pássaro que não voa
A canção que não se liberta
O verso que não perdoa
Vamos para a rua cantar
Vamos para a rua
Agora sou tua, agora sou tua
Amor desigual
Agora sou tua, agora sou tua
Ate ao final
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12. |
Lua
06:04
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A tua luz rasga o céu
No vale que é o meu horizonte
Numa distância irreal
Parte de mim vive longe
Lua, oh lua
Traz-me o meu amor
Aquele que partiu
Acalma a minha dor
À tanto tempo feriu
Lua, oh lua
Dentro do meu coração
Trago memórias de ti
Correndo livre ao luar
Ai, que saudades de ti
Lua, oh lua
Semeio sementes na paz
Vibrante da minha terra
Espero vir a colher
Teu sorriso na primavera
Lua, oh lua
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Claudia Aurora Portugal
Claudia Aurora’s second album, Mulher do Norte, translates from Portuguese as Woman of the North. Written with a clarity
that only distance can allow, it is a homage to the city, the surrounds, the way of living, that helped
make her the woman she is. To all that she left behind.
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